Vejo passar, na infinda solidão,
Vultos de almas, figuras de emoção;
Os poetas do silêncio que não cantam,
Os doidos que, de súbito, se espantam,
Os que gelam, ao ver o luar nascente,
Os que fitam a mesma estrela eternamente;
Os perdidos da sorte,
Os que chamam, gritando, pela morte!
Os que andam, sem saber, pelos caminhos,
Os que de noite vão, sempre a falar sozinhos,
Os que vivem casados com a dor
E a esconde, ciumentos;
Os trágicos do Amor,
Os que sentem astrais deslumbramentos,
Os que matam e cantam por destino:
O salteador nocturno, o poeta que é divino.
Os tristes vagabundos
Em perpétua e fantástica viagem...
Os que amam a paisagem
E têm nos olhos a amplidão dos mundos...
Vultos de almas, figuras de emoção.
Errantes, na infinita solidão.
JOSÉ MARIA ALVES
http://www.homeoesp.org/
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