A que tormento a vida me reduz
amor que obscuro o claro sol me prende
e no meu peito ao renascer acende
maior desejo da perdida luz!
Beleza que natura nos produz
que tanto agrada a quem não dela entende,
mais minha paz me tolhe e mais me ofende,
que a mais quentes suspiros me conduz.
Se verdes prados e se flores miro,
privada de esperanças, me arreceio,
pois reverdece a ideia daquel´fruto
que a morte me colheu. Do grave seio
ela tirou brevíssimo suspiro,
e a mim deixou-me o amargo e eterno luto.
Tradução de Jorge de Sena
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