Eu sou o que quero edificar a mansão dos luxos
Mas que apenas tem areia salgada
O que quer percorrer oceanos num barquinho de papel
O que se quer eternizar em palavras gastas
O que julga saber que a morte é algo que não é Morte e que a Vida é tudo o que não é morte
Sou o que julga conhecer a verdade de alguma coisa sem saber que coisa quero ou deva conhecer
O que julga viver
Cheguei por vereda desconhecida
Irei regressar não-sei-onde
Por caminho obscuro
Cujo início ignoro
E da viagem nem preço sei
JOSÉ MARIA ALVES
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