Porque esse olhar de sombra e de temor
Se perde em mim, às horas do sol-posto,
Quando é de âmbar translúcido o teu rosto,
E a tua alma desmaia como flor;
Porque essas mãos, ardidas de fervor,
Ampararam minha vida de desgosto,
Pobre que sou, Mulher, eu hei composto
Harmonias de prece em teu louvor!
Dei-te a minha alma para ti nascida,
Meus versos que são mais que a minha vida;
Por Deus, perdoa ao mísero mendigo!
Perdoa a quem, ansioso de outro mundo,
Implore à Morte o sono mais profundo,
Só pela graça de sonhar contigo!
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