Meu amor, as entranhas das vítimas conservaram o seu enigma,
O fogo nos altares apagou-se lentamente,
Talvez como outrora já não venham as pombas
Alimentar-se de palavras em nossas mãos erguidas.
Pelo céu os cometas passaram mas a memória esquece
O vestígio de sangue que nos deixa o seu brilho.
A areia secou os rios, as nascentes,
Enquanto só o tempo prolonga a nossa esperança.
Junto de nós, a rosa foi apenas o seu desenho de cinza,
Uma criança nasce para sempre coroada de espinhos,
Tornaram-se para sempre os nossos braços extensos e mais puros
Para erguermos, amor, em cada cruz um homem.
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