os ramos nodosos vertiam versos de miserável vetustez a velhice aos portais do final da noite partilhava a cama carmim com a mais serena das dores
agitaram-se os ribeiros com três pés de profundeza na entrada da cidade sitiada a norte por exércitos de mitos remotos nos abismos traídos pela avara justiça os mortos juntavam-se à maioria escravizada a razão à vida elanguescente
um milhar de soldados encaminhou-se para as muralhas o dia resplendia o terror exalava das acácias um louco por cada árvore rasgada pela vergonha imaculada a sombra da estátua de mármore onde discípulos dormiam na luz ténue do crepúsculo
houvera aí em tempos um mestre mudo castelo de várias torres e tesouros adiamantados escusos a insolência das palavras reduzira-o à solidão do portão emparedado
vivo na morte o mais afortunado dos anacoretas só divisava um caminho
um ramo de azevinho
Sem comentários:
Enviar um comentário