é tão breve a vida e se houver vida eterna como será a eternidade da alma
- mas eu nem sequer sei se tenho alma –
e quem é que se salva
o mundo engana-nos confunde-nos tudo acaba
penso agora com pensamentos fugazes que já vi partir os meus melhores amigos onde estarão onde estás tu meu pai também tu nos disseste adeus e eu impotente paralisado pelo terror a ver o teu passamento voltarei a ver-te não sei
ter-nos-á deus criado para vida tão dificultosa e para a perdição
- que sei eu de deus e da alma nada –
terei de morrer para saber digo-o não sei se bem se mal
que fiz eu da minha vida quando esquadrinhares jerusalém com candeias acesas irás encontrar-me como um degredado a cabeça nas mãos os olhos cerrados encarcerado por uma legião de demónios no coração do pecado
que sei eu de mim nada
o dia finda as horas escasseiam preocupo-me com os meus bens e aparência amores que tenho e tive os meus miseráveis escritos que a ninguém aproveitam os meus quadros borrões de cores
sem certezas sinto-te longe ou escondido porque te escondes senhor dando-nos por testamento tão atrozes dores
permite que sem hipocrisia nesta noite assaz escura profira a tua oração e possa dormir em hora tardia contigo ao lado
porque quem ainda ama no egoísmo como eu amo quer sempre ser amado
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