Deixa seu mapa e bússola o piloto,
cansado de lutar com água e vento;
açoita do navio o mar violento
este costado desfeito, aquele roto.
Do ímpio marinheiro, já devoto,
envolto em gritos sobe o sofrimento
ao céu, que despreza turbulento
do passageiro humilde o puro voto.
Investe o casco num escolho duro,
e o mais feliz, a uma tábua agarrado,
o mar expulsa nas areias, morto.
Eu luto com a ausência e, sustentado
por minha esp´rança, - chegarei seguro,
Flora a teus olhos? Que eu morra em tal porto!
Tradução de José Bento
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