Um olhar furtivo
por certo sabiamente encaixotado
procura-te por toda a parte
e é África que responde por ti
lá do ponto mais perigoso do labirinto
onde nem o Minotauro vem
aquecer com o seu bafo
o teu tiritar convulsivo.
São as tuas pernas que falam
a tua mão os cabelos
o silêncio desferido contra o Nada.
Tudo o que narra o Apocalipse
os que vêm de longe erguer ainda mais uma vez
a arruinda torre sobre o vulcão activo do nosso desejo
em forma de harpa
na outra margem tangida.
Nas extensas praias da foz
cada bago de areia era uma palavra
a que não sabíamos responder.
JOSÉ MARIA ALVES
http://www.homeoesp.org
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