Não tenho país.
Não conheço nações.
Nada no mundo me faz vergar
Sejam deuses ou barões.
O Céu, a Terra e o Mar
Que ninguém constrói
São minha casa sólida
A cabana que ninguém destrói.
A rectidão é o meu poder.
Não tenho poder divino
Nem dominação -
A honra é o meu divino poder
A honestidade o meu poder divino
Que nem tempo nem traça corrói.
Não tenho poderes mágicos
E a minha força interior
É minha magia e império.
Não sei se tenho vida ou morte;
A eternidade é a minha vida
A eternidade é a minha morte.
A coragem é o meu corpo
Os meus olhos relâmpago
A sensibilidade meus ouvidos
Meus membros a agilidade.
Não tenho regras
Não tenho códigos
Nem anacrónicas normas –
Protejo-me a mim mesmo
E essa é a minha regra e arte.
Não sei o que é o destino.
De cada momento faço o meu acaso
E de cada ocasião se fracasso
Faço a minha força.
Não tenho princípios
Não remonto aos primórdios;
De cada condição ou acidente
Faço um princípio
De cada adaptação ao momento
Faço um exórdio.
Não tenho táctica.
O vazio e o cheio
São a minha estratégia.
Não tenho dons.
O meu espírito vigilante
É o único dom
Na noite brilhante.
Não tenho amigos
Para além da minha mente.
Não tenho inimigos
Para além da imprudência.
Minha armadura
É a benevolência
E que ninguém me lamente
A impenetrável rectidão.
A sabedoria é o meu castelo de sete ameias
O meu sabre o vácuo das universais teias.
Versão JMA
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