Assim como a mão no instante da morte e do naufrágio se ergue como os raios do pôr do sol, assim de toda a parte jorra o teu olhar.
Já não é tempo, já não é talvez tempo de me ver,
Mas a folha que cai e a roda que gira dir-te-ão que nada é perpétuo sobre a terra,
Salvo o amor,
E disso me quero convencer.
Dos navios de salvamento pintados com avermelhadas cores,
Das trovoadas que fogem,
Uma valsa antiga que arrastam o tempo e o vento durante os longos espaços do céu.
Paisagens.
Eu, não quero outras senão o abraço a que aspiro,
E que morra o canto do galo.
Como a mão que no instante da morte se crispa, o meu coração se aperta.
Nunca chorei desde que te conheço.
Amo demais o meu amor para chorar.
Chorarás sobre a minha campa,
Ou eu sobre a tua.
Não será tarde de mais.
E mentirei. Direi que foste minha amante
Ou na verdade tudo é tão inútil,
Tu e eu, morreremos em breve.
Tradução de Filipe Jarro
Sem comentários:
Enviar um comentário