António Botto nasceu no ano de 1897 no concelho de Abrantes.
Com 5 anos passa a residir em Alfama e aos 23 escreve “Canções do Sul”. Um ano depois publica a primeira edição de “Canções”. Talvez se possa resumir a sua obra poética ao seu livro “Canções”.
Em 1924, na qualidade de funcionário público, é colocado em Angola, para no ano seguinte regressar a Portugal, tendo tomado posse no Governo Civil de Lisboa.
No ano de 1937 é nomeado escriturário de 2ª classe do Arquivo geral de Registo Criminal e Policial.
Em 1942 foi demitido da função pública – demissão e não aposentação compulsiva, o que não lhe deu direito a qualquer pensão – por factos que foram subsumidos ao conceito indeterminado de “falta de idoneidade moral”.
No ano de 1947, decide partir para o Brasil, tendo falecido no Rio de Janeiro, como consequência de acidente, em 1959.
Entre 1919 e o ano da sua morte, Botto teve intensa actividade literária, realçando-se a sua obra poética.
Fernando Pessoa, um dos seus admiradores, disse que o poeta “é o único português, dos que hoje conhecidamente escrevem, a quem a designação de esteta se pode aplicar sem dissonância”.
O livro “Canções”, é nesta perspectiva, uma obra de carácter intelectual onde quer a forma quer o ritmo foram escrupulosamente estudados, onde a beleza e o prazer dominam numa perspectiva que de metafísica nada tem.
Em louvável atitude, no ano de 2008, as Quasi edições começam a publicar as obras completas do poeta “excomungado”.
Que este “caso mal resolvido da literatura portuguesa”, ocupe o lugar que por mérito próprio lhe pertence, o que apenas se conseguirá com a divulgação da sua excelente obra.
JOSÉ MARIA ALVES
http://www.homeoesp.org/
Sem comentários:
Enviar um comentário