Ser-se natural.
Ser como a árvore frondosa
Que no silêncio da tarde
Deixa que lhe tirem os frutos
E abençoa com a sua sombra
Todos os que a procuram.
Como a luz da candeia que ilumina
A igreja e o presídio, o padre e a prostituta,
O santo e o ladrão
Ou a chuva que alimenta e faz crescer
O pão e as ervas daninhas.
Quem me dera que os meus dias
Fossem passados com a paz de uma flor,
Das paredes brancas da casa grande da colina
A afagarem o Sol e a Lua,
Sendo o que sou por sê-lo,
Tal como a flor exala o seu perfume
Sem saber qual o seu odor
E a parede a sua alvura sem saber a sua cor.
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