Vieram dizer-me
Que te condóis
Da vida que vou levando
Desde o nosso rompimento?...
Não tenhas pena; -
Sou feliz a cada hora,
E mais, a cada momento!
Acabei. Nada me fica
Na lembrança –
Para que eu no tumulto insondável do amor,
Me possa prender
Ao prazer de lembrar seja o que for.
Cuidavas que eu andaria
Doido à procura de ti
Pelos clubes onde vive
A tua neurastenia –
Quando,
Afinal,
Tão diferente
Me encontras, - hoje, abraçado
Ao desconforto e à ruína
Dessa ilusão
Que apenas doirou de luz
O nosso primeiro dia!?
Agora, -
Entretenho-me com essas
Que a troco de um vil amplexo
Dão-nos o mundo num beijo.
De quantas misérias, quantas?!,
Foi feito o nosso desejo!
Esquece-me. Quero andar
Ao sabor do meu instinto
Cultivado na desgraça.
O amor, -
Deixa um travo, mas passa.
Não tenhas pena.
Do alto do meu aprumo
Desafio a tua verve:
- Para morrer,
Qualquer lugar,
Qualquer corpo,
E qualquer boca me serve.
JOSÉ MARIA ALVES
http://www.homeoesp.org
Sem comentários:
Enviar um comentário