As orações dos homens
Subam eternamente aos teus ouvidos;
Eternamente aos teus ouvidos soem
Os cânticos da terra.
No turvo mar da vida,
Onde em parceis do crime a alma naufraga,
A derradeira bússola nos seja,
Senhor, tua palavra.
A melhor segurança
Da nossa íntima paz, Senhor, é esta;
Esta luz, que há-de abrir à estância eterna
O fúlgido caminho.
Ah, feliz o que pode,
No extremo adeus às cousas deste mundo,
Quando a alma, despida de vaidade,
Vê quanto vale a terra;
Quando as glórias frias
Que o tempo dá e o mesmo tempo some,
Despida já, os olhos moribundos
Volta às eternas glórias;
Feliz o que nos lábios,
No coração, na mente põe teu nome,
E só por ele cuida entrar cantando
No seio do infinito!
MACHADO DE ASSIS
JOSÉ MARIA ALVES
http://www.homeoesp.org
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