a porta da frente não se acredita em deus blasfema é domingo e a torre geme a sua glória às mãos virtuosas do chucho
som de sinos por capar
sentido da vida
conhecê-lo glorificá-lo porque nos criou
para nós ou para ele pergunto-me
o padre está à missa os homens entram pela porta dianteira as mulheres pela traseira é um fedelho arrogante desconchavado e ignorante imagem real da igreja decadente
num dos bancos da frente as mulheres cantam esganiçadas ao gesto descompassado do garoto de preto velhas viúvas pedem perdão as solteiras casamento e as casadas o que calhar
beatice ratas de sacristia
camisas brancas à noite sujas ao nascer do dia
sonho
justiça para sempre paz eterna beatitude sem fim
já só busco a minha alma
não assim
acordo ao grito do zé panelo quero pito carago na casa ao lado a graça não lho dá cosa-se o homem
afinal hoje é dia santo
paz à minha alma e à dele
tende dó deixai-me dormir
porque hoje é domingo
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