terça-feira, 30 de junho de 2009
MANUEL ALEGRE (1936) - O PRIMEIRO SONETO DO PORTUGUÊS ERRANTE
Eu sou o solitário o estrangeirado
o que tem uma pátria que já foi
e a que não é. Eu sou o exilado
de um país que não há e que me dói.
Sou ausente mesmo se presente
o sedentário que partiu em viagem
eu sou o inconformado o renitente
o que ficando fica de passagem.
Eu sou o que pertence a um só lugar
perdido como o grego em outra Ilíada.
Eu sou este partir este ficar.
E a nau que me levou não voltará.
Eu sou talvez o último lusíada
em demanda do porto que não há.
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