segunda-feira, 29 de junho de 2009
DAVID MOURÃO-FERREIRA - PRESÍDIO
Nem todo o corpo é carne... Não, nem todo.
Que dizer do pescoço, às vezes mármore,
às vezes linho, lago, tronco de árvore,
nuvem, ou ave, ao tacto sempre pouco...?
E o ventre, inconsistente como o lodo?...
E o morno gradeamento dos teus braços?
Não, meu amor... Nem todo o corpo é carne:
é também água, terra, vento, fogo...
É sobretudo sombra à despedida;
onda de pedra em cada reencontro;
no parque da memória o fugidio
vulto da Primavera em pleno Outono...
Nem só de carne é feito este presídio,
pois no teu corpo existe o mundo todo!
VEJA-SE EM
www.homeoesp.org
LIVROS ONLINE » ANTOLOGIA DA POESIA PORTUGUESA
Etiquetas:
HOMEOESP.ORG,
JOSÉ MARIA ALVES,
POESIA
Subscrever:
Enviar feedback (Atom)
Sem comentários:
Enviar um comentário