No povo de além da serra
Vai a noite em mais de meio,
E a pobre da mãe velava
Unindo o filhinho ao seio.
«Acorda, meu filho, acorda,
Que esse dormir não é teu;
É como o sono da morte
O sono que a ti desceu.
Tarda-me já um sorriso
Nos teus lábios de rubim;
Acorda, meu filho, acorda,
Sorri-te ledo p´ra mim.»
Mas o pobre doentinho
Em seu regaço expirou;
E a mãe o cobriu de beijos,
E largo tempo chorou.
Em seu pequeno jazigo
Dois dias chorou também;
Ao terceiro, o sino triste
Dobrou à morte de alguém.
E à noite, no cemitério,
Outro jazigo se via:
Era a mãe, que ao pé do filho
Na sepultura dormia.
SOARES DE PASSOS
JOSÉ MARIA ALVES
http://www.homeoesp.org
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