degraus da tua fome marcam os seios nos caminhos desertos lábios espessos
nas mãos cheias de vento o riscado da tua gula cabelos nos ombros dormentes
tempo de romãs em que me ergo
tempo de medo
o segredo do amor
naquilo que faço
e desfaço
ato e desato
desejo que nasce
no corpo em que nos dias renasço
ao longo das tuas pernas ato o chicote das tranças rubras
desato o corpete eis o teu ventre
a memória do sangue
o sabor das lâminas
o odor do vício
o abrigo
a floresta verde-ardente
em que escrevo
amo
peco
me venho
e fico
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