A mulher de Nasrudin jazia agonizante no seu leito.
Este tentava consolá-la minimizando o seu sofrimento. As suas palavras eram dóceis e de esperança e os seus olhos brilhantes de lágrimas sorriam enganadoramente.
Nisto, a companheira disse-lhe numa voz débil:
-Estou convicta de que esta será a minha última noite contigo. A minha partida está eminente, já não verei a aurora.
Como é que vais aceitar a minha morte?
-Vou dar em maluco, mulher – respondeu Nasrudin.
Apesar do sofrimento atroz, a dedicada e fiel esposa não conseguiu deixar de esboçar um sorriso, dizendo:
-És um bom malandro. Não me enganas Nasrudin, conheço-te como às minhas mãos. Não passará um mês sobre a minha morte, que não estejas casado de novo.
-Que dizes mulher?! – exasperou-se o pobre Nasrudin –, enlouquecerei mas não tanto assim!
JOSÉ MARIA ALVES
http://www.homeoesp.org/
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