Um dos discípulos mais antigos do Mestre, quando este dissertava sobre os inevitáveis relacionamentos a que o ser humano está sujeito, perguntou-lhe:
- Então porque é que não lhe conhecemos amigos?
Respondeu com um sorriso:
- A amizade transformou-se num contrato repleto de cláusulas obrigacionais bilaterais, de expectativas que negam de modo total a essência da afeição. Esta, tal como o amor, não é susceptível de contratualização.
O aluno insistiu:
- Pensa o senhor que não temos necessidade de amigos, da amizade?
Depende – respondeu o Mestre.
- Os tolos não a sabem usar, e os que atingiram a sabedoria dela não necessitam, bastam-se a si próprios.
E isso não é egocentrismo? – replicou outro dos alunos.
- Não, é indiferença afectiva total e gratuita derramada sobre a totalidade da vida.
JOSÉ MARIA ALVES
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