O Sage praticamente não falava. Os seus dias eram passados no mais profundo dos silêncios, observando com um misterioso sorriso, as estrelas, o azul infinito dos céus, as plantas e os pássaros que sobrevoavam o jardim. Por vezes detinha-se demoradamente na contemplação dos insectos, como se de uma criança deslumbrada se tratasse.
Um dos discípulos mais novos, ansioso por aprender, questionou-o:
“Há mais de vinte dias que estou convosco e nada me dissestes, não me dirigistes uma única palavra. Não me quereis ensinar?”
“Senta-te mais perto de mim. Agora ouve com atenção.”
Passaram-se longos minutos e o Sage mantinha-se no mais completo dos silêncios.
O discípulo não se conteve:
“Continuais sem me instruir!”
“Cala-te, deixa que o silêncio desperte o teu verdadeiro Mestre, tu mesmo.”
JOSÉ MARIA ALVES
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