Dois monges dirigiam-se
Por caminho enlameado
Para o mosteiro.
A chuva caía pesadamente
Rolando pelas encostas do céu.
Perto de um rio de águas caudalosas
Avistaram uma jovem de beleza inigualável.
Não se aventurava a atravessar o rio
Que parecia enfurecido.
Um dos monges pegou-lhe ao colo
E atravessou-o.
O outro, no trajecto restante
Instava-o:
- Como pudeste quebrar a Santa Regra?
Não sentiste tu na carne
A volúpia, o desejo
Que nos aniquila e destroça?
O outro monge quedava-se calado,
Mas a tanta insistência disse:
- Eu deixei-a na outra margem
Há muito tempo atrás.
Porque é que tu ainda a carregas?
JOSÉ MARIA ALVES
http://www.homeoesp.org
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