O frio do alto fez-me calçar uma luva na mão dormente.
Com a abóbada do dia a fechar-se no seio do absoluto
Olhei o tempo desconfiado de estranheza
E pensei que não é Julho ou Agosto,
Noite ou dia, mas um tempo incomensurável
Medido por um passe de alquimia.
Já não conheço as Estações, julgo ter transitado
De planeta, galáxia, universo, e fico triste
Sem movimentos, na música de água que escorre e paralisa,
Nas jornadas vegetais, vazias do granito cinza,
Escuro, puro e frio.
Percebo agora ou às vezes,
Que não é preciso amar para amar,
Basta-me olhar, olhar de ver,
Olhar sem pensar, olhar de amar.
E, então amo,
Amo como nunca ninguém amou,
A pedra,
O rio,
Um ermo,
A nuvem,
O mar e
Até gente.
JOSÉ MARIA ALVES
www.homeoesp.org
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