Chaves na mão, melena desgrenhada,
batendo o pé na casa, a Mãe ordena
que o furtado colchão, fofo e de pena,
a filha o ponha ali, ou a criada.
A filha, moça esbelta e aperaltada
Lhe diz co´a doce voz que o ar serena:
- Sumiu-se-lhe o colchão, é forte pena!
Olhe não fique a casa arruinada...
- Tu respondes assim? Tu zombas disto?
Tu cuidas que, por teu pai embarcado,
já a mãe não tem mãos? E dizendo isto,
Arremete-lhe à cara e ao penteado;
Eis senão quando – caso nunca visto! –
Sai-lhe o colchão de dentro do toucado.
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sexta-feira, 26 de junho de 2009
NICOLAU TOLENTINO (1741-1811) - O COLCHÃO DENTRO DO TOUCADO
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POESIA
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