Devadatta era primo de Buda e ardia de ciúme e inveja. A sua iluminação e o número crescente de discípulos atormentavam-no. Tais sentimentos negativos faziam com que o difamasse e lhe desejasse a morte.
Um dia, quando Buda atravessava um desfiladeiro, Devadatta fez rolar uma pedra enorme com a firme intenção de o atingir mortalmente. No entanto, a pedra passou ao seu lado. Buda ainda viu o autor de tal tentativa de homicídio, mas não perdeu em momento algum a sua postura compassiva.
Algum tempo decorrido, cruzou-se com Devadatta, e para espanto deste, saudou-o com carinho e afecto.
Devadatta, cabisbaixo e comprometido, perguntou-lhe:
“Não me odiais Senhor?”
“Não, evidentemente que não”, respondeu Buda.
“Como assim?”, perguntou Devadatta numa atitude de espanto e simultaneamente de culpa.
Buda disse:
“Neste momento já não és tu quem arremessou a rocha, e não sou eu aquele que estava no desfiladeiro quando foi arremessada.”
JOSÉ MARIA ALVES
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