sexta-feira, 26 de junho de 2009
BOCAGE - LÁ QUANDO EM MIM PERDER A HUMANIDADE
Lá quando em mim perder a humanidade
mais um daqueles, que não fazem falta,
verbi-gratia – o teólogo, o peralta,
algum duque, ou marquês, ou conde, ou frade:
Não quero funeral comunidade,
que engrole sub-venites em voz alta;
pingados gatarrões, gente de malta,
eu também vos dispenso a caridade:
Mas quando ferrugenta enxada idosa
sepulcro me cavar em ermo outeiro,
lavre-me este epitáfio mão piedosa:
«Aqui dorme Bocage, o putanheiro:
passou vida folgada, e milagrosa:
comeu, bebeu, fodeu sem ter dinheiro.»
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