Este diário complementa o nosso site pessoal

( VER ETIQUETAS NO FIM DA PÁGINA )

USE O PESQUISADOR DO BLOGUE -

-

OS TRATAMENTOS SUGERIDOS NÃO DISPENSAM A INTERVENÇÃO DE TERAPEUTA OU MÉDICO ASSISTENTE.

ARTE

sexta-feira, 26 de junho de 2009

FRANCISCO RODRIGUES LOBO (1580-1622) - CANTIGAS COIMBRÃS



Mancebo do prado,
Não tragas espada.
Porque onde há tais olhos
Para que são armas?

Mancebinho louro,
Andai descoberto,
Tomareis mil almas
No vosso cabelo.

Tornai-me meus olhos,
Mancebo do verde,
Que andam atrás de vós
E não sabeis deles.

Tornai-me meus olhos,
Mancebo do roxo,
Que vão da minha alma
Para o vosso rosto.

Não quero ser dama
Do dos olhos brancos,
Que tem mil amores
E nenhum cuidado.

Não quero ser dama
Do dos olhos negros,
Que tem mil amores
E nenhum segredo.

Vinde-vos, meus olhos,
Vinde-vos da serra,
Não vos queime o sol
Que vos tem inveja.

Pois fiquei na serra,
Vinde-vos do campo,
Que quem ama muito
Não espera tanto.

Fora-se o meu damo
A lavrar no monte,
Quero-me ir com ele,
Não venha de noite.

Fora-se o meu damo
A gradar no vale,
Quero-me ir trás ele,
Que outrem não lhe agrade.

Lume dos meus olhos,
Se fores à vila
Levai-me nos vossos,
Vireis mais asinha.

Pois ides à vila
Ninguém vos contente,
Que os rostos toucados
Muitas vezes mentem.


VEJA-SE EM
www.homeoesp.org
LIVROS ONLINE » ANTOLOGIA DA POESIA PORTUGUESA

Sem comentários: