Mancebo do prado,
Não tragas espada.
Porque onde há tais olhos
Para que são armas?
Mancebinho louro,
Andai descoberto,
Tomareis mil almas
No vosso cabelo.
Tornai-me meus olhos,
Mancebo do verde,
Que andam atrás de vós
E não sabeis deles.
Tornai-me meus olhos,
Mancebo do roxo,
Que vão da minha alma
Para o vosso rosto.
Não quero ser dama
Do dos olhos brancos,
Que tem mil amores
E nenhum cuidado.
Não quero ser dama
Do dos olhos negros,
Que tem mil amores
E nenhum segredo.
Vinde-vos, meus olhos,
Vinde-vos da serra,
Não vos queime o sol
Que vos tem inveja.
Pois fiquei na serra,
Vinde-vos do campo,
Que quem ama muito
Não espera tanto.
Fora-se o meu damo
A lavrar no monte,
Quero-me ir com ele,
Não venha de noite.
Fora-se o meu damo
A gradar no vale,
Quero-me ir trás ele,
Que outrem não lhe agrade.
Lume dos meus olhos,
Se fores à vila
Levai-me nos vossos,
Vireis mais asinha.
Pois ides à vila
Ninguém vos contente,
Que os rostos toucados
Muitas vezes mentem.
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