a miséria suspira no olhar que na fonte se afunda
vacas magras pastam junto ao caminho
onde um guia nos transporta pelas lajes do tempo ao meio-dia
árvores que enlouquecem nos cílios os restos mortais sobejantes de amores gémeos
feridas iluminam-se nos casebres da aldeia
cai neve
o vento ronda para nordeste
a ponta dos dedos frios toca silenciosamente o mundo que agoniza
o trem das sevícias
para trás ficam todos os sonhos
os tons de azul dos espasmos dos lábios secos
os mais magníficos dos instantes
para além do horizonte dos carris prateados
a terra dos mortos-vivos
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