na praça as marionetas grunhiam
o povo repartia as túnicas feitas pedaços de entranhas
das negras andorinhas
do ocaso nascera a sorte de pobre cavaleiro
cavalo morto pela pestilência do tempo
um grupo de homens descalços com a identificação nos rostos salgados encaminhava-se pesarosamente para a aldeia
caminhavam de costas com o arco-íris poisado nos ombros salientes
trevo e violetas cresciam nos cabelos escritos de mágoas homens presentes perdidos com seixos do rio enrolados nas mãos encarquilhadas
uma velha conduzia um jumento à vara
pássaros mudos vinho azedo madressilva a roçar requebrada o salgueiro
o sol caía nas ruínas da miséria
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