um estranho ritmo governava-o desde a juventude
ainda tenra criancinha já os vermes das máculas vermelhas dos mortos o perseguiam
no quintal da casa de granito as laranjeiras em flor
e o banco onde se sentara arfando quando ainda cria nas recompensas do além
repousando na primavera tardia
aprendeu a linguagem subversiva das noites de insónia
nos fogosos cavalos pardos da aurora
no longínquo fluxo e refluxo das águas que junto à costa alcantilada tremiam de frio
tinha a natural dificuldade em esquecer a manhã gloriosa
que passara na ribeira onde as flores tombadas viviam flutuando
tecera a fogo a canção das loucuras naquele terrífico espectáculo das noites escuras que tremulavam na eira à sombra da via láctea
ancestral laje granítica vibrada a violentos golpes de mangual
o circo ah o circo das terras do norte
saltimbancos coloridos em país estranho com a marca do poder de deus nas testas luzidias dos tormentos
estranhas eram as tatuagens nos calcanhares
na azáfama da vida subiam verdes ramos de amores ao coração do velho carvalho
suspiros gemidos langores
tempo afinal preso por fino fio de orvalho
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