um melro negro demora na espádua da estátua do amante em desespero
sopra uma brisa pálida na pedra acometida por um bando de aves em batalha
migalhas de amor
faces sem cor
lágrimas de dor
a eloquência da mudez do desengano
por debaixo do pano
ano após ano
ai dos que padecem no estorvo da carne solitária
que morrem cativos de si mesmos
com os dedos cobertos de oiro
sem que apreciado tenham aquele menino loiro que à lareira junto do fogo brinca absorto com as formas das labaredas
e que com as mãos cheias de pedras as arremessa ao céu julgando que são estradas para as estrelas
Sem comentários:
Enviar um comentário