a galope nos outeiros de maio o silêncio da mulher hoje os montes enchem-se de vinho puro nas lágrimas da cotovia
breve é o sono da alegria senhora minha de verde-escuro vosso vestido na mão cartas de amor já frias
são os meus olhos que padecem envoltos em pesado manto na calçada a hora que vive o desânimo da insolência vertida nas mágoas flutuantes
as nuvens rodam a lua não reflecte os cardos carregados pelos indigentes joelhos que rastejam pupilas que se embaciam
pedras quebradas
estrada de sargaços
fogo-de-artifício
os corpos encharcados
deslizam secretos
no charco da avenida
um regato nocturno
como eu quero o sol banhando-me de novo no ganges nessa multidão insana
o mel dos teus lábios ali junto à torre Eiffel
as tuas formas parte única do meu presente nesse momento de nobres tons
inclina-te graciosa e entende os sons que emanam do coração da terra
beijo selvagem no hálito furioso da fera privada de espírito e razão
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