caminhámos com as mãos nos restolhos do pensamento
escutámos o ruído das facas que rasgam a carne dos inocentes
sede de beijos que se escondem no ventre do tempo pintado com uma chuva de cores
alizarina naufrágio púrpura com a ilha celeste no campanário do horizonte
pelas brechas do telhado de colmo espreita um corvo pensativo reservado
pobre do penitente transfigurado em sonho de vida piloto errante no mês em que as tempestades de lembranças se vazam nas fontes translúcidas
uma ponte romana
a ponta dos teus dedos toca a ponta dos meus
como se escrevêssemos uma carta
de um longínquo país para um outro mais longínquo ainda
palavras-mariposas hoje e amanhã
letras nuas nesse manto de pura lã
como tu
Sem comentários:
Enviar um comentário