naquele país a música tinha dentes brancos
sem culpa ou pecado
sorriso de perfeita harmonia cercado de prodígios
na melodia do sacro recinto pesavam-se corpos sóbrios e untuosos
contávamos as estrelas em noites de lua nova
terço do sagrado coração
em cada arvoredo uma canção
nenhum homem experimentaria nesta vida tão dócil prazer
nenhum rei de terras alheias adormeceria plácido à sua sombra
adeus noite passada cidade onde nasci vielas onde me perdi
uma coroa debruada por larvas no corpo exausto da verdade santificada
e aquela ave como lira alienada a cada nota exalada suspirava
vaga essência de alma onde já nada respirava
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