***
a safo (600 ac)
nasceste em lesbos
filha de afrodite
mulher de muitas mulheres
alma enlouquecida
por floridas primaveras
a grinaldas adornada
tantas foram as rosas desfolhadas
mais ainda as por desfolhar
anaktória lídia
górgila mnadísica
cleia
aurora irana
rasgai vossos vestidos
doces donzelas filhas de zeus
da inocência e pureza
braços alongados em noite de lua cheia
mãos a tocar os céus do prazer
que ama e tem ou quer ter
tudo o que a vida lhe puder dar
lira que nunca cessou de cantar
as túnicas puras e nuas do desejo
cingidas a formas divinas da formosura
***
a pínito
na sepultura de safo
ossos
um nome mudo
o amor desnudo
mas seus versos
hão-de viajar pelo mundo
enquanto um homem
houver para os ler
***
a platão (427-347 ac)
trocaria a tua virgindade
por esta maçã madura
aceita-a jovem
seja em troca dela
seja como prova
de que cedo ficarás velha
com rugas na cara
e profundas olheiras
se me amas
quero-te como ao vinho de quios
ou ao mais doce e suave
que o mais novo dos néctares
das mais valiosas videiras
podes pintar os cabelos
betumar as gelhas
usar vestes que não cinjam o corpo
mas nunca conseguirás esconder
a tua velhice
como a uma casa sem telhas
vénus chora a solidão na floresta
esfera infindável do amor
cupido vence marte
as mais belas donzelas
despojam-no das suas armas
flores tombam
do céu límpido e inocente
são mais de mil
os beijos que esvoaçam
os corpos tocam-se
numa dança divinal
a guerra do amor
pintar o amor com forma de criança
insensatos os amantes e suas lembranças
insensato serei eu
devotando-me a tantas
não me perguntes nada não sei
amor que se sente e não se lê
que no inverno se aconchega em manto de lã
amor que não tem porquê
que de bom grado troco por uma maçã
***
a tíbulo (48 ac – 19 ac)
délia solta ao vento teus cabelos
terra e mar conhecem teu nome
o que é que me dirás
sussurraste entre beijos e lágrimas
quando minha hora chegar
e mentir-me-ás
como mentes a teu marido
estulto vencido pelos ardis de mulher
com ele te deitas
e juras não ser eu teu amante
e se me juras ser eu o teu amor
nova mentira te acomete
e a verdade me fere
porque da mentira só nasce dor
da suspeita o ciúme
lume que incendeia o a alma
se catulo assevera
que fecunda é a semente do adultério
dá-me o descanso e a calma
desfaz o cruel enredo
sê-me fiel
mas que não seja por medo
*
de ti sou escravo némesis
de délia também o sou
milhares de férreos grilhões
cingem-me o coração
desejo dúplice
as chamas da avidez consomem-me
com as mãos cheias de oiro
mesmo que a pobreza
nos atinja no que temos
tudo à tua beleza entrego
menos do meu corpo
os prazeres de vénus
***
a automedonte (séc I ac)
no circo da vida
digladiam-se os desejos
os pensamentos orbitais
dos escorraçados
ludibriam-nos
os filósofos são esterco pousado na terra por lavrar
os poetas as giestas que servem para a adubar
terra que come a vida e a morte
feliz é o que a ninguém nada deve
errando pelo mundo
como um verdadeiro rei na sua pátria
feliz o pária que se não casou
depois
o que filhos não tem
***
a catulo (84 ac – 54 ac)
que amor se faça
seja a paixão insana
raivosa ou obscena
lésbia
beija-me
uma vez
mil vezes
mais cem
outras mil
outras cem
calai-vos puritanos
brochistas
paneleiros
aos amores furtivos
e beijos infindos
deste velho putanheiro
ainda com força
para enrabar um puto
de venenosa língua
ou um outro bruto
que a empernar moça esteja
sem caralho que se veja
***
a onestes
nem virgem
nem velha
lastimável é a ausência do prazer
respeitável a castidade do tempo
que venha a beleza sazonada
cobrir o meu leito
apertar o meu peito
***
a anacreonte (572 – 485 ac)
o campo de batalha
uma grande ilha sulcada pelo silêncio
corpos inanimados
iluminados pelo sol da madrugada
lembrando o rio antigo
do sonho em flor
partilhado por membros dispersos em pedaços
em todas as direcções sem espaços
do sul ao norte
do país natal perseguido pela morte
ares não poupa os bravos mas os cobardes
***
a ovídio (43 ac – 18 dc)
deitei-me com ela
sem saber o que fazer
não era feia nem bonita
atraente sofisticada
esforçou-se
e eu nada
***
a antífanes
olhava o mar em baixo de um pôr-do-sol vermelho rosado
na paisagem soprava levemente a solidão da aragem
nos ramos das árvores sem fruto
duas ou três aves poisaram no penhasco doirado
semente de atlântica angústia no coração dormente
vencido pelo rosto do mar invencível
ouvi as vozes do desprezo e da melancolia
eu que julgava que metade de mim ainda vivia
***
a marcial (40 – 104 dc)
lésbia
amas de todos à vista
a porta escancarada
o pobre amante conta os olhos
tantos quantos os orgasmos
da libidinosa amada
mais descarada
que puta despudorada
encolhe-se-lhe o membro
fica pálido
o lambe-conas
assim tão
desavergonhadamente observado
***
a dioscórides (séc III ac)
nas frescas flores de dóris
sente a imortalidade
estreitado pelas suas encantadoras pernas
grossas e formosas coxas
languidamente absorto
interiormente agitado
pasmado com tal horto
vens-te
e pronto
na alvura do sémen repousado nas carnes macias
dóris contorceu-se em espasmos com a mente vazia
*
o que me enlouquece lábios rosados
boca de néctar
seios brancos unidos firmes
pupilas que brilham
em espessas sobrancelhas
e que se reviram
em espasmos cintilantes
como botão de rosa
tudo a alma consome
que boca e corpos
existam sem freios
***
a horácio (65 ac – 8 ac)
que venham amores
prazer sem dores
que marido encornado
é trabalho redobrado
mal que mata ou mutila
o corpo e o sexo amarfanha
do amante vilão
não
se o desejo te assanha
com mulher por perto
na facilidade do momento
liberto de contenda e duelo
usarás tu da mão
por mim te digo
não
prefiro amores fáceis e prontos
***
a dionisío
amor que por sorte ou azar
me foi sempre concedido
por um não sei porquê
caminho pelos amores de mulheres
livres e recatadas
e pelos leitos das mal guardadas
imundas e desordenadas
a fílide desnorteada quando bebe
e a teia mulher que a muitos se atreve
deitei na mesma cama
até que cíntia de rompante
me ataca furiosamente
os olhos o pescoço o corpo
rasga-me o peito
e numa jura de fidelidade eterna
oportunista mentira da excitação
revolvemos o leito
e saramos por um momento
o coração
***
a estraton (séc II dc)
bebe e faz amor ó demócrates
de que te serve a abstinência e a castidade
flores e perfumes no sem sentido
da doença do sofrimento da velhice e da morte
faz amor demócrito
fá-lo por mim
que farás depois da morte
deucalião mergulhará as nossas ossadas
embriagadas nas profundezas do oceano
***
a demódoco (séc V ac)
uma víbora pisada
mordeu um capadócio
tão bom era o homem
que morreu ela e ele não
envenenada pelo sangue
que lhe corria nas veias
teias que a vida tece
assim morrem hoje os bons
envenenados pelos governantes
que matam com falsas palavras
os pobres coitados e ignorantes
***
a antimedonte
bebemos durante a tarde e ao crepúsculo
o sangue dos nossos antepassados
reviramos os olhos
nós os monstros mais arrojados
das vastas planícies secas
de novos mundos enviesados
onde as quadrigas desbravam
o odor orgíaco dos deuses
quando o dia nasce
levantamo-nos e rugimos
feras demoníacas
em guerra eterna
umas contra as outras
***
a méleagro (140-60 ac)
quiseste renunciar
aos amores de heliodora
as mulheres não esquecem
paixões
enganos
lágrimas
traições
ciúme
mas como quem ama sofre
quem sofre odeia e não olvida
sem que o queira ver
continuas nesta vida
a amá-la sem querer
*
a alma tem asas
como as aves do céu –
não as queimes
timárion
os teus beijos
são como o visco
teus olhos fogo
se olhas incendeias
se tocas aprisionas
***
a filodemo (séc. I ac)
do leito do marido dormente
escapou-se a esposa
em movimento silente
a noite estava tempestuosa
a casa do amante ainda longe
clamava a carne voluptuosa
chegou molhada
lastimável estado
de quem queria
à força ser amada
no leito quente
o amante sonolento
foi para isto que vim
perguntou-lhe a encharcada
***
a juvenal (62 – 131 dc)
vontade de fugir de roma
cidade imunda de gente enferma
almas corcundas de decadente império
ir além do horizonte
de tudo o que é impropério
ir além do além
para uma terra de ninguém
longe dos bacanais e das bichas loucas de cu depilado
depravados homicidas e ladrões
adúlteras castrados e canastrões
povo fuliginoso comandado por um bando de rabetas
pederastas e paneleiros
a quem os deuses
não deram ao corpo
as maleitas da alma
***
a parménion
as escolhas de quem envelheceu precocemente
os anseios de quem as forças perdeu no campo de batalha
como é difícil escolher
entre a fome e uma velha
ter fome é terrível
enfraquece o corpo
entorpece a mente
mas a cama de uma velha
mais terrível é ainda
mata-nos o espírito
enfraquece-nos a vontade
***
a polião (séc II dc)
com o vento sul aproxima-se o temporal
a chuva inundará os campos
a sala grande do pavilhão a poente
escurece deserto e grandioso
entre as neusas
vigiam as erínias
volteiam a escrivaninha
ornamentada a madrepérola
fazem do homem solitário
curvado sobre pedaço de papel
um pobre poeta contestatário
ele e elas riscam palavras fúteis
que roçam a demência da paisagem
versos e versos inúteis
que inundam livros de viagem
o homem continua a escrever
não cede à sua insignificância
e à morte prematura dos seus poemas
que ninguém lê ou declama
não pode haver maior loucura do que esta
***
a amiano (séc II dc)
afagava a barba
olhos postos no horizonte em chamas
a terra imunda a seus pés seus discípulos também
o queixume da floresta por desbastar
o crepitar do fogo por apagar
atingira a notoriedade do entrançado grisalho fundido no tempo
sem a sabedoria da efemeridade
numa barba de velho por néscios respeitado
barba donde nenhuma nova ideia nascia
barba abrigo de loquazes piolhos do momento
que mordiam vorazes cada palavra
aniquilando a bestialidade do pensamento
***
a eveno (séc I ac)
a adoração da vaca
na praça inundada por mortos-vivos
queimados pelo sol de verão
ritual pagão de um deus julgado verdadeiro
que não é divino nem humano
vaca revestida com pele de bronze
bronze com dentes de alma
pura e desconhecida
tão nossa tão envelhecida
tal deusa inventada
***
a páladas de alexandria (séc V dc)
a vida é prazer
para longe os cuidados
a vida é curta
que venha
o vinho
danças
orgias
flores
amores
venham mulheres
felizes hoje
amanhã quem o dirá
lembra-te de zeus
insensível ao amor
das virgens de sangue real
o real sedutor
***
a paulo silenciário
até quando os nossos olhares furtivos
declaremos abertamente o nosso amor
nus
enlacemos
os nossos corpos
nós que ainda
não estamos mortos
nus
unamos
nossos lábios e peitos
nós que para amar
fomos feitos
nus
que cada um
entre no coração do outro
nós que para amar
teremos de ser
apenas um
e nunca dois
***
a tucídio galo
lide
em pequena casa vivia
e nela seus clientes recebia
mais alguns amantes
com um só não ia
pelo menos três escolhia
para os buracos que havia
sem olhar a pederastas
e outros depravados
um a um os comia
e era comida
a boca em brasa
enquanto na vagina e cu
tudo lhe ardia
***
a trajano o imperador (séc I dc)
da personalidade de um homem
do seu sexual vigor
é o espelho que mede o seu nariz
quanto maior
mais longo o seu falo
e mais competente no amor
contudo se o apontar ao sol
abrindo a boca
aos que passam
indicará as horas com rigor
***
a heládio (séc IV dc)
vives na ilusão
zé-ninguém ambicioso
arrogante e vicioso
querendo
mostrar
que vales
o valor
que não
te dão
tens tingido tantos tecidos
certo que a tudo a tinta tinge
que o que trazes vestido
nem a tua pobreza finge
***
a leónidas de alexandria
andam pelo mundo
uns abutres encapuçados
enganando uns desgraçados
a cruz de cristo invocando
bruxos e adivinhos
estudam as estrelas
o movimento dos astros
deitam cartas ao acaso
estudam das mãos as palmas
recebem oblações
fazem rezas
bebem dos melhores vinhos
em mesas por velas alumiadas
lendo o destino aos incautos
ficando-lhes com as bolsas
de moedas de oiro recheadas
com tanto suor amealhadas
infames promessas
de charlatães do porvir
de pechelingues encartados
aos ignorantes coitados
e às damas que por casar
confiam a ladrões a sua vida
***
a demétrio de bitínia (séc II dc)
cuidado amigo
no caminho que levas
a uma légua do destino
encontrarás um cercado
do marquês é o gado
empregado é o guardador
se um bezerro te vir
mugirá
se for um touro
cobrir-te-á
mas cuida-te do pastor
homem velho e de valor
a quem nada escapa
se te vir
levar-te-á para a manada
***
a dionísio o sofista (séc II dc)
menina que vendes rosas
tão graciosa
corpo perfumado em flor
que faz desejar o amor
diz-me a mim
que de te ver lamento
o tanto te querer
que vendes
a ti te vendes
as rosas
ou as duas
ao mesmo tempo
***
a bianor (séc I dc)
um cavalo de guerra
não deve ser transportado
no porão de embarcação
um ser tão elegante
belo e inteligente
amigo de gente
fiel ao rei e ao cavaleiro
não pode ser considerado
carga de brutos
o que é veloz
não deve viajar
na lentidão do mar
***
a simónides (séc VI dc)
tenho comigo uma lança
tão antiga como eu
amaldiçoada por tristes mortes
em ferozes combates
a ponta de bronze está velha
quantos fortes guerreiros não sangrou
deixo-a repousar
e sentado no cadeirão de pele
esqueço a mão que a brandia
a mesma que matou
que tanto amou
e que agora está vazia
***
a rufino (séc II dc)
nos banhos
rodeado de flores
o vinho servido
em taças de cristal
das mulheres
os corpos nus
embriagados
nem gordos
nem magros
prefiro as embriagadas
às senhoras sensatas
como pirro desprezou hermíone
preferindo a escrava andrómaca
talvez europa
que tem no beijo
a profundidade da lascívia
sugando-me o alento
e a vida
não sei nem bem nem mal
prefiro uma mulher que seja fácil
sem perfumes nas vestes
que escondam o seu frescor
e natural odor
sem que me esqueça
que o prazer é sempre curto
enquanto a velhice nos arrasta
débeis e decrépitos para a morte
*
depois de amor fazer
com os corpos suados
os lençóis molhados
estendo-me sereno
como quem medita
e a ninguém quer ouvir
depois de amor
fazer e do prazer
mutuamente doado
não há mulher
que não seja
aborrecida
com perguntas e falas
para o momento
contra-indicadas
***
a posidipo (séc III ac)
na vida és uma
na cama outra
as tuas lágrimas tocam-me
quando me esqueço do que sou
do que vivi
e em vida vivida senti
dizes que me amas
a mim e a mais ninguém
enquanto comigo fazes amor
no leito que tem o nosso odor
mas se noutro te deitares
e com outro te excitares
dir-lhe-ás o que mim dizes
fazendo-lhe crer
ser ele o teu único amor
***
a agátias o escolástico (535 – 582 dc)
hoje digo que te amo
entristeço e sofro
sinto que me amas
a angústia invade-me
oprime o meu coração
e com esta dor padeço
amar e ser amado
são condenações dobradas
em vida por amores despedaçada
***
a erício de cízico (séc I ac)
em esparta
terra farta
de heróis
agora exemplo extinto
de sociedade escravizada
uma mãe
viu um filho regressar
de violento combate
assustado e tremendo
empunhou uma lança
para que a gloriosa esparta
se não sentisse envergonhada
por ter amamentado um cobarde
do que não poderia
ser julgada culpada
***
crates de tebas (séc IV ac)
estou velho
nada tenho
de mãos vazias vim
de mãos vazias irei
vivo com o que aprendi
e com o que as musas
amorosamente me ensinaram
todo o resto são fumo e cinzas
arrastadas pelo vento
que não transportarei
no meu passamento
***
a menécrates
lembro o tempo
em que desejava a velhice
na sua paz e sabedoria
e um amor sentido
companhia até à morte
na cumplicidade do dia-a-dia
um forte elo com a vida
nos passos dados
nesta vasta planura
veio
avisou
não a quis ouvir
chegou
estando eu
a dormir
velhice que como a morte
é sempre melhor
antes de vir
***
a calímaco (305 – 240 ac)
às três graças
juntou-se berenice
são agora quatro
sem ela
as graças
não seriam graças
seriam minhas desgraças
*
viras-te no leito
ignoras-me conópion
dormes
ou finges dormir
ansioso toco
com a ponta dos dedos
teus seios
quero sentir
quero amar
repudias-me mais um dia
mas
quando a velhice te atormentar
hás-de lembrar
este tempo
agora perdido
***
a macedónio de tessalónica (séc VI dc)
promessa atrás de promessa
vais adiando o encontro
amanhã dizes
e amanhã outro amanhã
num tempo que não chega
numa tarde em contraponto
tanto terei de esperar
que já esperanças não tenho
sei que não te irei amar
a menos que envelheças
***
a marco argentário
ah melissa
nesta primavera tão juvenil
uma abelha colhe
pólen do rosmaninho
entre tu e ela
não vislumbro diferença
seja no ninho
seja no beijo
ambas produzem mel
mas se a uma assalto o cortiço
sou castigado com o seu ferrão
se a outra me pede dinheiro
sinto na carne a fúria de um espigão
a beleza tem um preço
o prazer um valor
só o verdadeiro amor
não te custa mais
do que um lenço
***
a diógenes laércio (séc III ac)
a ti sócrates
que trouxeste a filosofia
do céu para a terra
deus declarou-te sábio
e a sabedoria deus
por seres diferente
na honra e dignidade
homem de uma só palavra
forte de corpo e espírito
à morte foste condenado
bebes agora com os deuses
e os que te sentenciaram
para todo o sempre irão beber
do veneno que te libertou
***
a antípatro de sídon
tragam-me uma mulher
tragam-me uma jarra de vinho
beberei dos seus seios
do mel de seus beijos
a eles em vida não renuncio
e na inelutável barca do mar da morte
com baco e vénus e outros imortais
amarei e beberei
sem mais beber e amar
sem que me importune o pensamento
sem que me angustie o destino
mesmo na abismo profundo
o prazer não me será retirado
porque zeus não castiga
nem pode justiçar o que não é pecado
***
4/2021
José Maria Alves
https://homeoesp.blogspot.com/
Sem comentários:
Enviar um comentário