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ARTE

sábado, 17 de julho de 2021

SHANKARACHARYA - POEMA - O FIM DA ILUSÃO

 




Shankaracharya ainda muito novo, com pouco mais de dez anos, assistiu ao falecimento de seu pai, o que fez com que se debruçasse sobre o fenómeno da morte.

Nessa altura terá escrito o poema intitulado “O Fim da Ilusão”.


***


Quem é a esposa? Quem é o filho?

Como são estranhos os caminhos do mundo.

Quem és tu? De onde vieste?

Como é vasta a ignorância.


Medita sobre a vida e sobre a morte

e adora o Senhor.


Vê a insensatez do Homem:

Na infância ocupado com os seus brinquedos,

na juventude fascinado pelo amor,

na maturidade repleto de preocupações,

e sempre descuidado com o Senhor.

O tempo voa,

as estações passam,

a vida escoa-se,

mas a brisa da esperança

sopra continuamente no seu coração.


O nascimento traz a morte,

a morte traz o renascimento:

Mal que não necessita de testemunho.

Onde está a tua felicidade, homem?

Esta vida agita-se na balança,

qual gota de orvalho numa folha de lótus.

O sábio pode mostrar-nos,

num instante,

como atravessar este oceano de mutações.


Quando o corpo se cobre de rugas,

quando o cabelo embranquece,

quando as gengivas perdem os dentes,

e o cajado do idoso

cambaleia sob o seu peso como uma cana fina,

a taça do seu desejo ainda está cheia.


O teu filho pode trazer-te sofrimento,

a tua riqueza não te garante o paraíso:

Não te vanglories da tua riqueza,

não te vanglories da tua família,

nem te vanglories da tua juventude.

Tudo passa, tudo é mudável.

Se o souberes serás livre.

Entra com alegria na casa do Senhor.


Não busques a paz nem a discórdia

com amigos ou parentes.

Ó bem-amado,

se queres alcançar a liberdade,

sê igual em tudo.


***





***



José Maria Alves


https://homeoesp.blogspot.com/


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