quando a sombra
da morte vier com seu séquito imperial
ostentando negros
e sujos estandartes de devastação
fazendo tombar no
meu frágil dorso o lodo ancestral
contarei os dias
desfiando o rosário da memória
envolta no manto
desprezível da vida absurdamente sumida
procurarei nas
multidões o anjo do amparo
segurarei sua mão
fortemente para que não mais me abandone aos horrores terrenos
enquanto vós
falsos amigos
me ireis levar em
oscilante ataúde
para o pecaminoso
cemitério do burgo
as luzes expiram
agora dorme-se
sono sem sonhos
morte em vida
para que na morte
possa então sonhar
com novo mundo
nova vida
tudo do tamanho
da palavra amor
e a vós falsos e
tristes amigos de ocasião
chamados ao
derradeiro instante
irei olhar-vos
com a brandura de uma partida
sem o azedume de
tão curtas férias
Sem comentários:
Enviar um comentário