matam-se e
inventam-se deuses
filósofos
endemoninhados de gargantilha doirada agitadores
da trôpega
dialéctica do sem-fim brandem
punhais rombos
sobre os cânticos lúgubres da metafísica
na transcendência
dos covis bravios do deserto a mirra ungido
fendem com tímido
olhar a alma em acanhado festim
rompem todos os
sudários no olvido dos raios de sol azul
listrado a
vermelho e diamante
sangram nos
altares a raposa dos mil divertimentos
em aparente
calmaria de fé mágoa pungente
da desgraça
ancestral eloquente ciência dos novos abutres
razão coberta de
penhascos além-túmulo
cem mil vezes
nascido
por cada deus
morto os dias de antojo de quem mata o que adora
um amor tão
antigo como o espaço sidéreo gorjeia como rouxinol de folhas prateadas
eis que chegam traspassados
a fogo os anjos do céu
um novo
deus-arqueiro nasce do porvir
miríades de
estrelas tombam ensanguentadas no planalto cinzento do trovão
as substâncias
primeiras do segredo cósmico cantam novas aleluia
findou a trapaça
que venha o tempo do renascimento
deus morto deus
nascido
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