no ermo árido o
vento desentoca os ossos furibundos
contentes as
folhas de árvore em turbilhão embrionário
nas pedras negras
uma flor sonolenta desperta do fingimento da escravidão sôfrega de mágoa
o navio tumbeiro
prossegue no grande mar oceano
um grito ecoa
troco metade da
minha existência pela pele de um ofídio
pus dos recantos
inóspitos da humanidade
e a outra metade
pelo olhar meigo de uma pomba
pela luz da mais
pequena estrela de cristal
olhos lacrimantes
onde se inflamam alvoradas selváticas
hora da palavra
transmudada em gládio
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