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ARTE

segunda-feira, 1 de abril de 2013

NAVIO TUMBEIRO





no ermo árido o vento desentoca os ossos furibundos

contentes as folhas de árvore em turbilhão embrionário

nas pedras negras uma flor sonolenta desperta do fingimento da escravidão sôfrega de mágoa
o navio tumbeiro prossegue no grande mar oceano  

um grito ecoa
troco metade da minha existência pela pele de um ofídio 
pus dos recantos inóspitos da humanidade
e a outra metade pelo olhar meigo de uma pomba
pela luz da mais pequena estrela de cristal

olhos lacrimantes onde se inflamam alvoradas selváticas
hora da palavra transmudada em gládio




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