o vento murmura
ao céu rosado
repara o castigo
que te dou sorte corcunda
em breve serás
pisado até à exaustão
como ave
migratória colorida em ramalhete
que se detém no
muro das estações
fiz tantas
viagens
tinha tantas
viagens para fazer
bosques selvas
ilhas germinam no cérebro
solidão e cansaço
lanço uma âncora
bifurcada nas profundezas da alma
uma peónia nasce
em terra estranha
insectos de cena
tardia repetem-se nas mãos de homens-fósseis
e sem dó
amanhã o mar será
uma inutilidade
do tamanho do meu
medo
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