PORQUE SOU MARXISTA OU ANARQUISTA?!
Podem chamar-me marxista, anarquista ou rotularem-me com qualquer outro nome.
Podem apelidar-me de marxista. Podem apregoar que sou anarquista. Porque não?
Mas serei “marxista” enquanto vivermos num mundo de capitalismo selvagem.
Serei "anarquista" enquanto o homem for privado da sua liberdade, for brutalmente explorado, ludibriado por governações hediondas, e controlado por autoridades fortes com os fracos e fracas com os poderosos, para que uns quantos possam viver na ostentação sem que sejam reprimidos por um povo cuja educação foi deliberadamente orientada para a competição e para o conformismo, manifestando uma ignorância provocada, que o afasta dos mais básicos valores da Liberdade, Igualdade e Fraternidade.
E só serei “marxista” até que esse capitalismo, verdadeiro homicida dos pobres e de todos os desvalidos, seja derrubado.
Nesse dia, nenhum marxista (autêntico) terá mais necessidade de o ser; e eu que sou só “eu”, um “eu” sem rótulos, definições, nacionalismos e partidarismos, poderei continuar a ser esse “eu” com o júbilo de viver num mundo melhor.
Ou seja, não sendo verdadeiramente marxista nem anarquista, mas humanista, pugnarei sempre pela "destruição" de um capitalismo selvático e obsceno.
Talvez seja tarde. Talvez... Estou convicto de que morrerei sem ver o Reino da Liberdade, da Igualdade, da Fraternidade; sem ver uma verdadeira democracia popular, onde a exploração económica dos mais fracos seja definitivamente abolida e a aniquilação das espécies animais um erro do passado.
Hoje, mais do que ontem, são muitos os movimentos que buscam uma alteração na mentalidade dos senhores deste mundo.
Movimentos estribados nas melhores das intenções, mas sem grandes resultados práticos.
Lembremos as palavras-aviso de Fidel de Castro na ECO 92, há cerca de 30 anos.
A Conferência das Nações Unidas sobre o Meio Ambiente e o Desenvolvimento – conferência de Chefes de Estado - também conhecida por Eco-92, foi realizada no Rio de Janeiro em Junho do ano de 1992, tendo como objectivo debater e solucionar os problemas ambientais e sociais causados pela destruição do planeta.
De nada valeu, mas vale a pena ouvir o que todos ouvimos nessa altura, aplaudido e logo esquecido.
Vale também a pena ouvir o que o futuro nos guarda e às futuras gerações.
Entrevista realizada em 2014
“O maior defeito da raça humana é a nossa incapacidade para compreender a função exponencial” (Albert Bartlett).
Esta afirmação aplica-se a quase todos os erros que o homem tem cometido nos últimos 250 anos.
A actual pandemia de covid é um dos exemplos, mas que não terá as consequências do desastre ambiental em curso. Em bom rigor, é uma das muitas consequências do mencionado desastre ambiental, a que muitas outras se seguirão.
Triste humanidade esta.
Terrível futuro o nosso.
***
José Maria Alves
https://homeoesp.blogspot.com/
5 comentários:
Já não tenho esperanças. A ganancia e o egoísmo vencem. Triste destino e nosso e de nosso planeta.
Amigo
Eu também já não tenho esperanças.
Resta-me melhorar-me como ser humano. Mais nada para além disso.
Um abraço fraterno.
JMA
Oi Dr José Maria!
É muito desanimador o que estamos vendo acontecer : desigualdades, fome , doenças, ganancia indiferença...
Mas quando buscamos melhorar como ser humano mantemos uma crença de transformação da sociedade.
Quando desejo mudar em direção ao bem desejo que isso seja para todos. Ha algo de coletivo nisso
Há na busca do conhecimento interior uma expressão de amor e cuidado com o próximo e a humanidade.
Então, marxista ou anarquista , continuamos acreditando na mudança.
O senhor com a dedicação e cuidado que dedica a quem o procura, representa essa mudança para uma realidade melhor.
Abraços do amigo
Só agora vi a sua mensagem, meu Amigo
Agradeço as suas palavras, mas delas não sou merecedor.
A minha vida encontra-se na "recta final" e poderia e deveria ter feito muito mais do que fiz.
No entanto, concordo consigo. Quando nos modificamos ao nível individual, modificamos o colectivo. Só que o colectivo é demasiadamente poderoso e continuará a sê-lo.
Veja o que aconteceu com os ensinamentos de Sócrates, Lao Tze, Confúcio, Buda, Maomé e Jesus, para além de outros.
Lembro-me de ter lido há muitas décadas várias histórias do mundo e das religiões.
Acabava sempre cansado e entristecido. Guerras de poder, religiosas, genocídios, atrocidades. Mais do que cansado e entristecido, ainda jovem, enojado por pertencer a esta raça.
A pior espécie do planeta. A única que mata por prazer.
Um abraço fraterno.
JMA
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