domingo, 28 de junho de 2009
VITORINO NEMÉSIO - VERSOS A UMA CABRINHA QUE EU TIVE
Com seu focinho húmido
Esta cabrinha colhe
Qualquer sinal de noite
De que a erva se molhe.
Daquela flor pendente
Pra que seu passo apela
Parece que a semente
É o badalinho dela.
Sua pelerina escura
Vela-a da noite sentida;
Tem cada pêlo uma gota,
Com passos, poeira, vida.
De silêncio, silvas, fome,
Compõe nos úberes cheios
Toda a razão do seu nome
E fruto de seus passeios.
Assim já marcha grave
Como os navios entrando,
Pesada dos pensamentos
Da sua vida suave.
E enfim, no puro penedo
De seus casquinhos tocado,
Está como o ovo e a ave:
Grande segredo
Equilibrado.
VEJA-SE EM
www.homeoesp.org
LIVROS ONLINE » ANTOLOGIA DA POESIA PORTUGUESA
Etiquetas:
HOMEOESP.ORG,
JOSÉ MARIA ALVES,
POESIA
Subscrever:
Enviar feedback (Atom)
Sem comentários:
Enviar um comentário