sábado, 27 de junho de 2009
CAMILO PESSANHA - QUEM POLUIU, QUEM RASGOU OS MEUS LENÇÓIS DE LINHO
Quem poluiu, quem rasgou os meus lençóis de linho,
Onde esperei morrer – meus tão castos lençóis?
Do meu jardim exíguo os altos girassóis
Quem foi que os arrancou e lançou no caminho?
Quem quebrou (que furor cruel e simiesco!)
A mesa de eu cear – tábua tosca de pinho?
E me espalhou a lenha? E me entornou o vinho?
- Da minha vinha o vinho acidulado e fresco...
Ó minha pobre mãe!... Não te ergas mais da cova.
Olha a noite, olha o vento. Em ruína a casa nova...
Dos meus ossos o lume a extinguir-se breve.
Não venhas mais ao lar. Não vagabundes mais.
Alma da minha mãe... Não andes mais à neve,
De noite a mendigar às portas dos casais.
VEJA-SE EM
www.homeoesp.org
LIVROS ONLINE » ANTOLOGIA DA POESIA PORTUGUESA
Subscrever:
Enviar feedback (Atom)
Sem comentários:
Enviar um comentário