13. –
Se visualizámos e meditámos correctamente o exercício do artigo anterior, que poderemos intitular “notícia da doença”, ficamos com a sensação de que ficou praticamente tudo por fazer e por pensar, implantando-se um forte sentimento de impotência, uma melancolia essencial, destrutiva e opressiva.
Passámos uma existência completa a caminhar para o emprego em transportes incómodos. Uma luta constante por promoções com as inerentes intrigas, executando tarefas que só muito raramente nos preencheram. A desenfreada busca do prazer, a ambição, o ciúme nas nossas relações, a inveja declarada ou sublimada, os conflitos familiares constantes, os inevitáveis ardis e falsidades relacionais.
Vivemos emparedados em muros de betão, sem que tenhamos apreciado a beleza de uma flor, de uma árvore, de um pôr-do-sol, do oceano, de um rosto. Estamos quase sempre de costas voltadas para a vida, absorvidos por pensamentos parasitas e destruidores, por ódios, sentimentos de vingança e culpa. Nunca ou em parcos momentos reflectimos sobre os grandes temas existenciais e olhámos em profundidade o nosso interior, compreendendo-nos. Um desperdício absoluto e insustentável, uma verdadeira tragédia de que não nos apercebemos por estarmos permanentemente num estado psicológico de fuga.
Não tivemos tranquilidade, paz, paciência, alegria e compaixão.
Estamos sempre envoltos em tumultuosa bruma de sentimentos negativos. Não amámos o suficiente para que nos sentíssemos verdadeiramente preenchidos. Desperdiçámos o nosso tempo com banalidades. Nada ou pouco fizemos que nos propiciasse um crescimento espiritual gratificante. Não observámos este mundo com os olhos inocentes da criança de tenra idade, valorizando a sua beleza própria. Não cumprimos com quase nenhum dos projectos a que nos propusemos. Prestámos esporádico auxílio aos outros e quando o fizemos, aguardámos interesseiramente o necessário retorno. Solidariedade e fraternidade são meras palavras sem conteúdo e acção, com que ludibriamos o mundo e nos enganamos a nós mesmos. Somos uma réplica mal elaborada de bondade e amor, capaz de ser desmascarada por um qualquer ser mais atento, tal como a imitação grosseira de uma obra de arte é facilmente desvendada nas suas imperfeições por um leigo relativamente bem informado.
JOSÉ MARIA ALVES
www.homeoesp.org
Se visualizámos e meditámos correctamente o exercício do artigo anterior, que poderemos intitular “notícia da doença”, ficamos com a sensação de que ficou praticamente tudo por fazer e por pensar, implantando-se um forte sentimento de impotência, uma melancolia essencial, destrutiva e opressiva.
Passámos uma existência completa a caminhar para o emprego em transportes incómodos. Uma luta constante por promoções com as inerentes intrigas, executando tarefas que só muito raramente nos preencheram. A desenfreada busca do prazer, a ambição, o ciúme nas nossas relações, a inveja declarada ou sublimada, os conflitos familiares constantes, os inevitáveis ardis e falsidades relacionais.
Vivemos emparedados em muros de betão, sem que tenhamos apreciado a beleza de uma flor, de uma árvore, de um pôr-do-sol, do oceano, de um rosto. Estamos quase sempre de costas voltadas para a vida, absorvidos por pensamentos parasitas e destruidores, por ódios, sentimentos de vingança e culpa. Nunca ou em parcos momentos reflectimos sobre os grandes temas existenciais e olhámos em profundidade o nosso interior, compreendendo-nos. Um desperdício absoluto e insustentável, uma verdadeira tragédia de que não nos apercebemos por estarmos permanentemente num estado psicológico de fuga.
Não tivemos tranquilidade, paz, paciência, alegria e compaixão.
Estamos sempre envoltos em tumultuosa bruma de sentimentos negativos. Não amámos o suficiente para que nos sentíssemos verdadeiramente preenchidos. Desperdiçámos o nosso tempo com banalidades. Nada ou pouco fizemos que nos propiciasse um crescimento espiritual gratificante. Não observámos este mundo com os olhos inocentes da criança de tenra idade, valorizando a sua beleza própria. Não cumprimos com quase nenhum dos projectos a que nos propusemos. Prestámos esporádico auxílio aos outros e quando o fizemos, aguardámos interesseiramente o necessário retorno. Solidariedade e fraternidade são meras palavras sem conteúdo e acção, com que ludibriamos o mundo e nos enganamos a nós mesmos. Somos uma réplica mal elaborada de bondade e amor, capaz de ser desmascarada por um qualquer ser mais atento, tal como a imitação grosseira de uma obra de arte é facilmente desvendada nas suas imperfeições por um leigo relativamente bem informado.
JOSÉ MARIA ALVES
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