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ARTE

sexta-feira, 1 de julho de 2011

CAMINHO DA LIBERTAÇÃO - 39




39. –
Imaginemo-nos gravemente doentes.
Estamos deitados no leito. Sofremos.
Nisto, apodera-se de nós um estado de doçura, de abandono.
Extingue-se o último sopro de vida. Esta já é apenas uma sombra, uma gota de orvalho ao sol nascente.
Morremos.

O corpo começa a ficar frio e pálido.
Os globos oculares contraem-se e perdem o brilho. Alguém se aproxima para nos fechar os olhos.
Os músculos endurecem e o corpo torna-se rígido.
Deitam-nos num féretro e somos carregados para a casa mortuária.

Vamos sentir a nossa morte física. A morte do corpo, do cérebro, centro de todos os sentidos e estrutura básica do “ego”.
Apercebemo-nos como testemunhas de tudo o que se está a passar. Assistimos ao desaparecimento dos desejos, das paixões, do sofrimento, do medo, da alegria, da inquietação.
Somos a testemunha que assiste à corrupção do corpo.

Agora, perguntemo-nos:
O que é este corpo? Eu sou este corpo?
Ou para além dele existe algo mais?

O corpo morre, todos os corpos morrem.
Mas esse algo mais também pode ser destruído?
Também morre?

Deixemos que se manifeste.


JOSÉ MARIA ALVES
www.homeoesp.org


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