o leão que ruge dentro de mim
floresta incandescente labaredas que transbordam
em toda a parte espectros vivos da perdição afugentam os pombos da praça esculpida na imundície
sinto a brevidade da existência na nuvem que por momentos ensombra a estátua de bronze
o trem parte tenho de partir para onde me chamam os ventos da impaciência
os vidros foram lavados embaciada a paisagem
opto por olhar para dentro perco-me
não vejo luz escuridade
amanhã ou depois talvez seja diferente
conformo-me
afinal tu és um deus ausente
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