chiam velhas
no chiado
como rodados
de carros
tresloucados
dores no pé
no joelho
no artelho
um sapato
bem apertado
quelhas da vida
uma guitarra
mal tocada
coração tangido
correm caixeiros
as meninas do grandela
já não usam cueiros
mas fraldas a granel
uma mulher
canta
um barbudo
e uma panela
coscuvilheira
à janela
queimado
o tacho da janta
da tagarela
passa um chulo
uma mulher envergonhada
um velhinho
a arder de inveja
dá um pulinho
a catraia
ora veja
toda aperaltada
barriga cheia
a noite
começa a nascer
fecham-se portas
são horas de comer
fruta redonda
amar a correr
que mais logo
é madrugada
sempre a mesma vida
desgraçada
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