cintila a forma das raças mudas
lua cheia que brilha na avenida inteira
que alumia lagos patos e uma triste rameira
o murmúrio cruel da minha natureza
ergo o elmo
o veneno bebido na beleza de uma taça de cristal
sala do império oval
derramo água viva um estampido alarido na ruela
em montes de pó as medusas
negam-nos o tempo e o espaço
tiros lá fora
se quiserem falar de amor
aos lagos calmos descerá a sombra da vida
numa única bala ao fim de tarde
breve vida
em olhos pretos rasgados
amendoados
de verdade
mortos
de saudade
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